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sábado, 13 de fevereiro de 2010

É necessário ser magra...




O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou pesquisa hoje sobre a estratégia mais eficaz para prevenir o câncer: alimentação, peso do corpo em acordo com o tamanho e prática regular de exercícios físicos. No caso do tumor líder em causa de morte das mulheres brasileiras, diz o Inca, é possível reduzir em 28% os casos de câncer de mama por meio de uma dieta equilibrada atrelada às atividades com o corpo, além de distância das taxas de obesidade. Os dados foram divulgados na data em que o mundo celebra o Dia Mundial do Câncer. “Já é sabido que 90% das causas de câncer de mama são ambientais. Apenas a minoria tem como influência mais marcante a genética”, afirmou a mastologista Maira Callefi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama). A vice-presidente da América Latina da American Cancer Society (ACS), Alessandra Dursitine, ressalta que, mesmo quando o câncer de mama não é hereditário, nem sempre é possível prevenir todas as causas. “É óbvio que o consumo de álcool e tabaco e a alimentação inadequada têm influência na disseminação de câncer de mama”, afirma. “Mas alguns fatores não são preveníveis, como é o caso da idade da primeira menstruação e da menopausa, dois fatos importantes para a presença do tumor”, completa a especialista.
O câncer de mama, pelas estimativas do Inca, deve fazer 49 mil novas vítimas ao longo de 2010, sendo que 12 mil delas não vão sobreviver. A taxa de mortalidade, de 24,4%, é quase dez pontos porcentuais acima do que a registrada nos Estados Unidos da América, que é de 15%. O Ministério da Saúde, em levantamento recente, mostrou que o câncer de mama influencia até na mortalidade de mulheres jovens. É a quinta causa de mortalidade na faixa-etária entre 10 e 49 anos. Gustavo Azenha, diretor brasileiro da American Cancer Society, lembra que além da prevenção é preciso o diagnóstico precoce. “O câncer de mama é muito peculiar. É diferente do câncer de pulmão em que já se sabe a influência direta do cigarro. Se a pessoa não fuma, o risco de ter câncer no pulmão cai 90%. No câncer de mama, a equação não é tão simples”, enfatiza. No caso dos tumores malignos pulmonares, afirma o estudo do Inca, os riscos de desenvolvimento são reduzidos em 36% com a adoção de hábitos alimentares saudáveis, peso adequado e prática de exercícios físicos. O “trio”, inclusive, tem impacto significativo na redução de 12 tipos de câncer, os mais presentes na população brasileira. A combinação de alimentação saudável com atividade física é capaz de prevenir 63% dos casos de câncer de boca, faringe e laringe; 60% dos tumores de esôfago e 52% dos casos em que a doença atinge o endométrio. O controle da obesidade, problema endêmico de saúde no mundo todo, poderia evitar 19% dos casos totais de câncer. O estudo faz parte das Políticas e Ações para a Prevenção do Câncer no Brasil, Alimentação, Nutrição e Atividade Física, lançado pelo Inca, em parceria com o Fundo Mundial de Pesquisa contra o Câncer. Veja impacto da redução dos casos de câncer com alimentação, atividade física e gordura corporal adequada (valores porcentuais)
Boca, faringe e Laringe – 63%
Esôfago – 60%
Endométrio – 52%
Estômago – 41%
Colorretal – 37%
Pulmão – 36%
Pâncreas – 34%
Mama – 28%
Rim – 13%
Vesícula – 10%
Fígado – 6%
Total para todos os cânceres – 19%

Fonte: Inca

04/02/2010 Fernanda Aranda, iG São Paulo

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