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37 anos. CA de Mama em 2008. A CURA está dentro de mim.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Até que a morte do amor os separe...


Estou vivendo exatamente a mensagem deste texto...
E não é a primeira vez, mas dói do mesmo jeito. O melhor, contudo, é a esperança de que o CERTO AINDA NÃO CHEGOU. Apesar da MINHA VIDA SER AGORA, confesso que sigo confiante de que Deus tem mais "presentes" para mim. Para isso, preciso fazer a minha parte do milagre.

O fim do amor e o fim da relação nem sempre andam juntos. O que complica ainda mais o que já não é simples nem fácil – a separação. Às vezes, a relação está gasta e moribunda, mas o amor chega a latejar de tão vivo. Estar longe alimenta mais que a presença. A solidão dói, mas a presença não nutre nem aconchega. Nenhum dos dois se sente acompanhado nem valorizado.

Então, que saudade é essa que acompanha a rotina do dia todo? E do que é a vontade forte de que chegue o fim de cada dia? Para encontrar com quem? Saudade é sinal de bom tempo vivido, mas o presente parece não encaixar com as lembranças colecionadas; o olhar é fosco e fugidio e até a voz do outro lhe soa estranha. Quem chega em casa não é o mesmo que te fez voltar. Os assuntos mínguam, a graça não dá seu ar. Cada encontro é um desencontro.

E lá no seu canto, do fundo da tristeza, você lembra de como era bom, quantos melhores momentos, tantas descobertas, cada enredo, cada encaixe, grito, suspiro e sussurro. E aquele passado todo te dá forças para prosseguir. Seguir tentando, sem nem saber o que. Tentar voltar ao que era para poder ir onde se queria – tanto. Tentar melhorar e continuar a ser feliz porque, afinal, nada mudou – ambos aí, o amor tudo vence, e os planos, a velhice, as lembranças compartilhadas. Inspirados num passado viçoso e feliz é que criamos um futuro juntos, mas o presente é necessário para pavimentar esse caminho. Ou cairemos num abismo.

Não tenho nenhum decodificador de desamor. O amor doente não apresenta sinais vitais a serem medidos e avaliados. Difícil afirmar se é só um mal passageiro, se é letal, nem quanto tempo lhe resta. Algo em nós sabe. Amor é um organismo vivo. Também morre, também acaba. Aceitar isso permite mudanças e traz renovação. É generoso aceitar que um grande amor morreu e reverenciar a sorte de tê-lo vivido. Isso ninguém nos rouba.

E tem mais: amor só, não basta! De nada adianta ficarmos agarradas a isso se faltar diálogo, sintonia, projetos futuros, reconhecimento, tesão. Desfrutados e cultivados dia a dia. Se um não vê o outro, não torce pela expansão do outro, nem mais saboreia a presença do outro, não há como viver juntos, nem ser companheiros e, muito menos, envelhecer cúmplices e satisfeitos.

Aí, a sabedoria está em aceitar a impermanência e o fim do amor e aguardar a transformação que daí virá. A generosidade mora no gesto de deixar o outro ir, mudar o rumo do “nós” e ceder ao fluxo pra dentro si, reaprender a ser no singular. Reencontrar a felicidade na solidão. O resto é plus.

Arrisco dizer, mesmo assim, que cada amor bem vivido é para sempre. E amar se aprende amando, disse Drummond. Então, pode ser cada vez melhor.

Delas 26/03/2010

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