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37 anos. CA de Mama em 2008. A CURA está dentro de mim.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Espelho, espelho meu...




Quem é mais velha do que eu?
Esta tem sido a indagação de muitas mulheres ao se olharem no espelho. O conto infantil de "A Branca de Neve e os Sete Anões" combina bem com a realidade que estamos assistindo: um triste e doloroso reconhecimento da dificuldade em aceitar o envelhecimento. Embora exista muito assunto em torno da longevidade, uma propaganda sobre ser este o momento em que a pessoa está mais livre para decidir sobre as suas escolhas, o vazio que fica no reflexo do espelho é enorme. Estou falando de algo muito profundo que é o olhar da sociedade, ou melhor, o não olhar aos que envelhecem. Muitos pacientes me relatam a experiência de sentirem que o mundo deixou de olhar para eles. A vivência é de um extremo despertencimento de si mesmo, como se deixassem de existir. Sabemos que o olhar dos outros nos mantêm vivos e alimentados, na nossa auto-estima, no nosso reconhecimento como indivíduos. Então, a experiência que algumas pessoas vivem, sentindo que estão à margem, é muito difícil. Agora, voltando ao título desta coluna, como será que nos sentimos frente a este espelho que em nossa solidão nos reflete aquilo que tanto tememos? A escritora e feminista Simone de Beauvoir, que fez um tratado sobre a velhice, citou o autor francês Rochefoucauld: “É impossível olharmos direto para o Sol, assim como para a velhice”. Como podemos pensar em harmonizar este tempo que cobra um lugar, uma passagem e que naturalmente exige um pagamento? Como pensar em contabilizar as alegrias, as histórias, os lugares que tivemos o privilégio de viver? Será que termos construído uma história e termos tido tantas oportunidades não torna “o envelhecer” um pouco mais confortável? A imagem que o espelho nos reflete talvez não possa ser modificada (lógico que temos toda a tecnologia para auxiliar a aparência física), porque são as nossas verdades que não deveríamos esconder de nós mesmos. Elas podem ser o produto do trabalho de reconhecermos a nossa vida, o corpo que nos acompanhou por toda a existência e, talvez, um agradecimento pela oportunidade de podermos ver que, além de nós, existe uma geração mais jovem e bela: nossos filhos e netos. Este novo olhar nos permite transformar aquilo que parece tão terrível e ameaçador em algo muito lindo e importante.

Lúcia Rosenberg 19/2/2010

Meu comentário:

Acho que quando eu ficar velha, desejarei poder olhar para trás concluindo somente que fui feliz em minha vida e que as decisões foram acertadas. A parte que me cabe, eu estou tentando fazer da melhor forma possível para isso acontecer. Mas, como a MINHA VIDA É AGORA, o futuro a Deus pertence.

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