Ao identificar o mecanismo no cérebro responsável pela ligação, o grupo liderado por Stephen Ferguson conseguiu mostrar como o estresse e a ansiedade podem levar à depressão.
O estudo também resultou no desenvolvimento de um inibidor molecular que poderá, de acordo com os autores, levar a um novo caminho para o tratamento da ansiedade, da depressão e de outros distúrbios relacionados.
Em experimentos em camundongos, os pesquisadores identificaram o caminho da conexão e puderam testar o inibidor. “Os resultados do estudo indicam que poderemos ter uma nova geração de drogas e de alvos dessas drogas que possam ser usadas para identificar a depressão e tratá-la com mais eficiência do que os métodos atuais”, disse Ferguson.
Segundo o cientista, o próximo passo da pesquisa será verificar se o inibidor desenvolvido poderá resultar em um agente farmacológico.
“De acordo com a Organização Mundial da Saúde, depressão, ansiedade e outros distúrbios de comportamento estão entre as causas mais prevalentes de doenças crônicas. Ao explorar o potencial da biologia molecular, Ferguson e colegas mostraram novos caminhos que poderão se mostrar importantes para a melhoria das vidas de muitas pessoas que sofrem com esses problemas”, disse Anthony Phillips, diretor dos Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde, que financiou a pesquisa.
O mecanismo de conexão descoberto envolve a interação entre o receptor de fator de liberação de corticotropina 1 (CRFR1) e tipos específicos de receptores do neutrotransmissor serotonina (5-HTR).
O estudo revelou que o CRFR1 atua no aumento do número de 5-HTR em superfícies de células no cérebro, o que pode causar uma sinalização anormal.
Como a ativação do CRFR1 leva à ansiedade em resposta ao estresse, e como o 5-HTRs induz ao estado depressivo, a pesquisa verificou como os caminhos do estresse, da ansiedade e da depressão se conectam por meio de processos distintos no cérebro.
O fator inibidor desenvolvido pelos pesquisadores bloqueou, em camundongos, os caminhos, reduzindo os comportamentos de ansiedade e de depressão potencial, disseram os autores.
Agência Fapesp 13/04/2010
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