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37 anos. CA de Mama em 2008. A CURA está dentro de mim.

sábado, 14 de agosto de 2010

Estar só...


Parece simples, mas desde a mais tenra idade os pais ou os cuidadores se preocupam para que o bebê não se sinta sozinho, não chore, não passe por privações. O que, de certa forma, é absolutamente certo, pois o excesso de frustrações e o sentimento de abandono podem levar a vivências muito prejudiciais.

À medida em que a criança cresce, a escola propõe a socialização a integração. A criança passa a fazer partes de grupos e por aí vai. O homem é, na sua essência, um ser gregário, nasceu para se desenvolver e criar dentro de um meio familiar social, e de trabalho.

Assim, acabamos por desenvolver quase que uma necessidade dos outros. Explico melhor: uma menina espera ao lado do telefone as ligações das amigas. Depois, tem a mesma expectativa pelo telefonema do namorado. Estamos sempre em busca de conexões.

Os adultos também acabam por desenvolver uma vida onde muitas vezes o espaço de ESTAR EM CONTATO COM SI MESMO e detectar suas necessidades acaba passando batido. Ou será que nos esquecemos de olhar para nós de verdade, pois estamos sempre esperando o olhar “do outro”? Em um momento é o do amor; em outro, é o do patrão; depois dos filhos; amigos; mestres... Enfim, sempre precisamos ser reconhecidos e lembrados de que ainda existimos.

Aproximar-se das próprias verdades e das nossas feridas não é fácil. Não fomos treinados para desenvolvermos este papel. Passamos a vida tentando ser especial para alguém. Quem será este alguém? Será que ele existe realmente?

Um dos problemas que percebemos no amadurecer é a percepção de que muitos espaços tiveram seus prazos de validades vencidos. Não há mais namorado de quem esperar a ligação. Muitas amigas se foram. Então o que sobra?

Talvez este novo reconhecimento: o reconhecimento de que dentro de nós mora alguém, alguém que também sabe nos fazer companhia e não nos deixar com a sensação de sermos miseráveis por estamos sós.

Segundo Winnicott, grande psicanalista, o estar só é a capacidade de saúde mental do bebê – e isto poderá ser um fator de desenvolvimento ao longo de toda a sua existência.

Que tal começarmos a tentar? Você pode?

Dorli Kamkhagi, 28/7/2010

Minha resposta: Estou conseguindo ser - MAIS AINDA - a melhor amiga de mim.

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