Para você

inspirar-se e valorizar a sua vida

37 anos. CA de Mama em 2008. A CURA está dentro de mim.

sexta-feira, 26 de março de 2010

2 ANOS!!!





Considerando que ficar doente como eu fiquei, estar viva e podendo comemorar, COM ABUNDÂNCIA, o meu aniversário, sinto que, na verdade, no meu íntimo, estou fazendo mesmo 2 anos de idade.
Pensando assim, tenho a cara de pau de considerar-me colega de geração da minha sobrinha, Inah, que fez 2 anos dia 13 de fevereiro deste ano.
Sim, maravilhoso demais!
Passei meu aniversário de 35 anos no consultório do meu oncologista com os meus pais. Punk. Porém, estava tranquila porque sabia que ia dar tudo certo. Havia encontrado o tratamento e o médico certos. Ano passado, fazendo 36 anos, já estava andando com os meus pais na Broadway "having a great brunch at Balthazar". Ficamos uma semana em Nova Iorque (pedi pra minha mãe depois de ir a um culto evangélico e ter ficado com dor de cabeça com o barulho e resolvi, naquele momento, transportar-me para uma corrida no Central Park; ela me disse que iríamos pra lá assim que eu pudesse) comemorando a minha mais recente liberdade.
Pessoas que passam por uma situação em que se deparam com a possibilidade de morrer, como eu, sentem que cada ano que passa merece ser comemorado como se fosse década.
Porque não há um dia em que não agradecemos por estarmos aqui.
RESPIRANDO e prestando atenção no que acontece com a vida que levamos.
Amando-se e amando, decepcionando-se, alegrando-se, desafiando o mundo e as circunstâncias, o preconceito de poucas pessoas (e a sua "superioridade natural" e perdoada porque não entendem o que é sofrer de verdade, acham-se invulneráveis, digo, acham que nada de tão triste no mundo pode acontecer com elas) e contando com o respeito, a bondade e o entendimento da maioria - Graças a Deus!
Principalmente, quando estamos podendo fazer tudo o que desejamos e que a nossa consciência permite.
Nossos limites se arrastam para o além.
Acho até que, tal palavra passa a não existir, pois o que vale é estarmos aqui, agora, vivendo com qualidade.
Li ontem uma entrevista com a Dra. Cláudia Burlá, geriatra carioca admirada e médica paliativista, dizendo que devemos alargar as nossas vidas e não esticá-las...
Alargar, no meu entendimento, é poder dispor de possibilidades e poder escolher a mais agradável. A melhor pra mim. A mais saudável. Para o corpo e a mente.
Antes, confesso, sentia que vivia num funil percorrendo um caminho estreito, exercendo atividades que não me davam satisfação da forma que estavam sendo realizadas. Explicando melhor: fazia o que adorava, mas odiava como o fazia, entende? Do meu trabaho, passando pelo meu namoro, relacionamentos, até atingir os meus hobbies, o meu lazer...
Muito isolamento. Muito stress. Muito pouco tempo para entender o que estava acontecendo ao meu redor e, pior, o que ocorria dentro de mim. Muita preocupação com os outros e nenhuma comigo. Faltava prazer. Insatisfação. Distância absurda do que eu estava "respirando" para o "ar" que eu deveria estar "inalando".
Por isso, sempre que eu posso, registro aqui esta preocupação, ou melhor, meu alerta para tomarem cuidado com a forma que estão vivendo. Como estão reagindo a tudo o que gira ao seu redor. Isso é extremamente importante. E sempre foi, mas eu fui descobrir, infelizmente, depois que adoeci. Felizes aqueles que não precisam de passar por isso e triam os seus caminhos com parcimônia.
Entendi que o equilíbrio é a essência pra poder dosar as minhas atividades.
Se como muito no domingo, manero durante a semana. Exercito-me.
Se a festa foi até de manhã, espero um bom tempo para me aventurar em outra.
Se discuti, recluo-me e reflito a melhor forma de fazer as pazes.
Se me sinto cansada, páro tudo e me recupero.
E por aí vai, mesmo sabendo que é uma tarefa difícil, mas descomplicada.
É só "respirar".
HOJE SÓ FAÇO O QUE ME AGRADA.
Até aquilo que é um pé no saco.
Tento ter e encontrar satisfação com tudo em minha volta.
Com uma vista, com uma conversa, um pensamento, uma música, leitura, saída, passeio, o que for considerado trabalho, etc. Ah, com uma oração, não posso me esquecer!
Aliás, meu gás vem das bênçãos do Pai.
Não sou nada se Ele não permitir.
Tento me educar a todo minuto porque mudar por sua própria vontade é uma coisa e eu tive, várias vezes, a oportunidade de melhorar a minha vida. Mas, achava que não precisava, não tinha tempo, ou melhor, nem sabia que precisava, isso é que é pior!
Agora, ter que transformar a sua vida por necessidade (porque não tem outra opção senão querer continuar viva) é outra coisa. Bem mais difícil, posto que é trabalhoso.
Mas, muito, muito melhor quando você consegue.
E sente-se feliz.
Vitória demais!
Sinto-me assim, com meu troféu na mão porque entendi, finalmente, como caminhar para não me machucar. Não doer na alma.
Hoje, sinto que somente eu posso me decepcionar.
Porque tento não criar expectativas.
Com tudo.
Sempre fui disciplinada e isso me ajudou a tornar-me resiliente.
Resiliência é a propriedade de um corpo de voltar à forma original depois de sofrer uma deformação. Consiste na capacidade de uma pessoa se recobrar de episódios ruins ou resistir a dificuldades. É alimentada pela determinação e força de vontade. Fé, também. Se você a possui, vai a qualquer lugar, de qualquer jeito, da maneira mais impossível, mas chega lá. É tudo o que a gente precisa. E eu tenho a minha.
Sou resiliente e desejo viver muitos anos.
Gostaria muito de ficar velhinha. Ter netos.
Constituir uma família de Deus, correta, feliz e que fizesse o bem.
Sei que consigo se tiver paz interior.
Se coordenar o objetivo da cabeça com a vontade do coração.
Se respeitar-me.
Se preservar os meus sonhos.
Por último e mais importante, se sentir que tenho a autorização de Jesus.
Se Ele concordar com o que eu quero.
Sim, posso tudo.
Dentro e fora de mim.
Isso, acredito, é viver em abundância.
E é o que eu espero, quero pra mim hoje e sempre.
Agradecendo pela minha vida...

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