Quarta-feira da Semana Santa...

(...) No primeiro dia de Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: "Onde queres que preparemos a ceia pascal?". Respondeu Jesus: "Ide à cidade, à casa de um tal, e dizei-lhe: O Mestre manda dizer-te: Meu tempo está próximo. É em tua casa que celebrarei a Páscoa com meus discípulos." Os discípulos fizeram o que Jesus tinha ordenado e prepararam a Páscoa. Ao declinar da tarde, pôs-se Jesus à mesa com os doze discípulos. Durante a ceia", disse: "Em verdade, vos diago: um de vós há de me trair." Com profunda aflição, cada um começou a se perguntar: "Sou eu, Senhor?" Respondeu ele: "Aquele que pôs comigo a mão no prato, esse me trairá. O Filho do Homem vai, como dele está escrito. Mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Seria melhor para esse homem que jamais estivesse nascido!" Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: "Mestre, serei eu?" - "Sim", disse Jesus.

Mateus 26, 14-25

Na tradição cristà, a traição é símbolo do pecado. E o pecado sempre afeta o irmão e a Deus. Em certo nível, o pecado é uma traição a Cristo. Por isso, o pecado do mundo que levou Jesus à morte é condensado na traição de Judas.
Mateus insiste de modo particular na traição de Judas e seu fim. O que chama a atenção não é um inimigo que provoca o destino fatal de Jesus. É um discípulo que foi escolhido e o acompanhou o tempo todo.
No texto domina o verbo "entregar", que é usado em dois sentidos, um indicando a traição de Judas e o outro o dom do Pai conduzindo o Filho à morte.
Não podemos nos esquecer de que o sacrifício de Deus, sobre o qual refletiremos durante os próximos dias, o tríduo pascal (quinta, sexta, sábado), foi causado por nossa solidariedade ao pecado.

Diário Bíblico 2010