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37 anos. CA de Mama em 2008. A CURA está dentro de mim.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Aceitar é fundamental para qualquer cura...




Há um assunto que sempre dou um jeito de trazer para a roda: aceitação. Talvez seja a minha bandeira. Combina com minha natureza curiosa e encaixa na minha ética. Já foi tema de um congresso que eu participei no Texas, nos Estados Unidos, assunto do discurso na formatura de um dos meus filhos e não posso deixar de trazê-lo aqui, onde se abre tão grande espaço para semear ideias e gerar transformações.

Sabemos que para transformar qualquer coisa é preciso assumir novos pontos de vista e olhar para aquilo de diferentes perspectivas. Mesmo assim, ainda nos falta espaço para o diferente e o inesperado. O novo, aquilo que você não conhece, ainda é recebido com estranhamento, ressalvas e, muitas vezes, condenações. Aceitar aciona a criatividade, promove a renovação interna e a irradiação de um novo jeito de se relacionar - que inaugura uma cadeia milagrosa de transformações.

Aceitar que o espelho não nos devolve a imagem idealizada, aceitar seus limites e imperfeições, aceitar que as coisas quase nunca são como a gente quer. Aceitar que as opiniões divergem e que, dessa divergência, nasce mais sabedoria. Aceitar a diversidade e desfrutar dela: ninguém é igual a ninguém – e o mais fantástico: há muitos com quem podemos aprender algo. Aceitar o prato que a vida nos servir: uns mais salgados, outros amargos que dói, alguns doces de melar a alma - todos ingredientes que temperam.

Um bom facilitador da aceitação é a curiosidade: a fome de conhecer e descobrir. Para os curiosos, nada é óbvio, eles se interessam pelo inusitado – é isso que seus olhos buscam, é aí que pousam e este é o primeiro passo para aceitar: espaço interno para acomodar o novo. Se acrescentarmos criatividade à curiosidade, germinará a capacidade de fazermos algo diferente com os ingredientes de sempre e assim brotará uma nova relação.

Resignar-se é outra história - cuidado com isso! A resignação é a nociva falta de medida da aceitação. É não reconhecer seus limites, desrespeitar seus valores, ferir sua ética. A resignação emudece, paralisa, impede. Desqualifica, generaliza, descaracteriza – porque mata o caráter, a qualidade única de cada ser, a sua marca registrada.

Pra discriminar um do outro, uma dica: o aceitar traz luz e alegria ao seu coração, enquanto a resignação traz tristeza e abatimento. Resignar-se é aceitar o inaceitável. Então, eu peço: não se acostume nunca com o inaceitável, com uma alma de cara distorcida, com valores deformados, com a falta de sentido.

Aceitação é a água que dissolve e mistura diferentes elementos, o espelho que nos ajuda a enxergar o outro lado. É ela a ponte para uma relação de amor maior e mais profunda, que ilumina cantos escuros do desconhecido e atenua os excessos de luz das certezas absolutas. Aceitar aumenta nosso prazer em conhecer!

Lúcia Rosenberg 05/03/2010

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