Livro oferece projeto de felicidade.
Autora passou um ano testando todas as receitas de alegria, da sabedoria popular às ideias filosóficas clássicas.
Gretchen Rubin: o terceiro best-seller surgiu de um estalo sobre desfrutar melhor a vida.
Certa tarde, dentro do ônibus que pegava todos os dias para levar sua filha à escola, a advogada e escritora Gretchen Rubin, autora de dois best-sellers, teve um estalo. Ela sentiu que, ao realizar esta tarefa quase automaticamente, não estava desfrutando dos pequenos detalhes que realmente importam na vida. A partir daí, Gretchen teve a ideia de passar um ano testando todas as fórmulas, receitas e estudos que se dispunham a ensinar o caminho para a felicidade, dos livros de Aristóteles aos conselhos típicos de matérias de revista. "The Happiness Project" (ou "O Projeto da Felicidade", editora Harper Collins, ainda sem tradução para o português), registro da experiência, rendeu-lhe seu terceiro best-seller - e continua na lista de mais vendidos do New York Times desde o seu lançamento, em dezembro passado.
Gretchen também comanda um website e um blog no Huffington Post, onde divide com seus leitores dicas sobre a busca da felicidade escritas com objetividade e humor. Se a fórmula parece manjada, é bom saber que ela já achincalhou os populares livros de auto-ajuda em "Power Money Fame Sex: A User's Guide", livro em que brinca com as fórmulas para ser rico e famoso, além de listar as excentricidades de quem já chegou lá. Em entrevista ao programa "Today" da NBC, Gretchen explicou que os conselhos mais básicos de felicidade se misturam ao que sugerem as linhas filosóficas: "algo que eu queria experimentar com o livro era fazer as coisas corriqueiras, como limpar o meu armário, mas também procurar os valores mais transcendentais, como vivenciar a maternidade".
A cada mês, a autora se propôs uma resolução e pesquisou receitas e fórmulas para atingi-las, entre estudos científicos, registros de filosofia ou da sabedoria popular. A meta de janeiro foi aumentar a vitalidade. Em fevereiro, a proposta era o amor. Em março, o trabalho. E assim sucessivamente, até dezembro, o mês da felicidade completa. Conclusão? Ela declara que, se você realmente se dedicar a algumas das atividades citadas no livro, você pode mesmo ser mais feliz.
Em um de seus posts mais recentes, Gretchen explora as contradições que existem num projeto para ser mais feliz. Segundo ela, há 9 pontos contraditórios que podem - e devem - ser perfeitamente aceitáveis na busca pela felicidade.
1. Aceitar-se, mas esperar mais de si mesma.
2. Levar-se menos a sério - e mais a sério.
3. Planejar-se para um uso mais eficiente do tempo, e também reservar tempo para ficar à toa.
4. Esforçar-se para ser mais emocionalmente auto-suficiente - e, assim, poder se conectar melhor com os outros.
5. Manter uma prateleira vazia e uma gaveta de tranqueiras.
6. Pensar em si mesma, para que se possa esquecer de si mesma.
7. Lembrar-se que o domínio e o controle são peças-chave da felicidade, assim como a novidade e o desafio.
8. Trabalho pode ser diversão e diversão pode ser trabalho.
9. Os dias são longos, mas os anos são curtos.
(Clarissa Passos, iG São Paulo 25/02/2010)
Nenhum comentário:
Postar um comentário