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domingo, 24 de janeiro de 2010

Mamas sob vigia...






Um exame que mede a densidade do osso da bacia vem juntar-se a novos métodos para prever o risco de tumores e flagrar o câncer em fase muito inicial.
Incansáveis, cientistas mundo afora vivem no encalço de pistas que levem ao tumor de mama. Não à toa. Esse é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres e a segunda maior causa de morte, entre elas, em todo o planeta. A investigação árdua, que não costuma desprezar nenhum indício de perigo, agora aponta o osso da bacia como mais um parâmetro para avaliar a suscetibilidade à doença.
Os desbravadores desse caminho promissor são da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. Durante oito anos, eles avaliaram a densidade óssea de cerca de 10 mil voluntárias na pós-menopausa. E constataram que as donas de ossos extremamente fortes corriam um risco 25% maior de adoecer. Ou seja, se por um lado até poderiam comemorar a ausência de osteoporose, por outro precisariam ficar ainda mais alertas para o risco do câncer em sua fase silenciosa, isto é, quando não dá sinais visíveis nem é palpável.
Os caçadores de tumor do Arizona não contam por que começaram a suspeitar de um elo entre a bacia e as glândulas mamárias, mas a mastologista Fabiana Makdissi, do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, arrisca uma explicação. "Os principais responsáveis por um esqueleto saudável são o estrogênio e o cálcio, que precisa do hormônio feminino para se fixar. Ossos muito fortes, por sua vez, indicam que o estrogênio não apenas circula em grande quantidade mas também que atua intensamente no organismo. E a exposição ao hormônio, como se sabe, é fator de risco para esse tipo de câncer."
A essa altura, você deve estar traçando a seguinte linha de raciocínio: se o cálcio deixa os ossos duros de roer e se é verdade que um esqueleto em dia pode até predispor à doença, não seria melhor abolir o leite, o queijo e outros alimentos ricos no mineral? Mude o rumo do seu pensamento já! "O mecanismo em discussão é o da retenção de cálcio, e não o da ingestão", tranqüiliza Makdissi.
De qualquer forma, mais estudos são necessários até que esse parâmetro se prove confiável para indicar probabilidade de uma mulher vir a sofrer do mal. "É bom lembrar que a atividade física também fortalece os ossos e jamais será acusada de causar a doença", frisa a radiologista Suzan Goldman, da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp.
Outra coisa que pode causar confusão nessa história é o fato de os exames preventivos de imagem muitas vezes mencionarem a expressão microcalcificações nos resultados. Sim, as tais microcalcificações nas mamas podem ser o prenúncio de um câncer lá longe - nem sempre, mas podem. No entanto, elas não têm relação com a densidade óssea.
Nunca é demais sublinhar os principais pontos da cartilha de prevenção do câncer de mama. As consultas ao ginecologista devem ser anuais a partir da primeira menstruação. "Só o especialista, ao investigar o histórico familiar e os hábitos de cada mulher, poderá prescrever uma receita personalizada de prevenção", defende a radiologista Suzan Goldman.
"Outra regra básica é que todas as mulheres acima de 40 anos se submetam a uma mamografia uma vez por ano. Ela é o principal exame para detectar a doença", destaca a mastologista Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, a Femama. Jovens com alto risco devem iniciar esse controle mais cedo, a partir dos 30. Por exemplo, aquelas com familiares que já tiveram esse tumor. "Aliás, quem tem parentes de primeiro grau com a doença deveria, em alguns casos, fazer um teste genético para avaliar seus riscos", sugere a médica. "Aquelas que fazem reposição hormonal há mais de cinco anos, as que tomam anticoncepcional, as que menstruaram pela primeira vez antes dos 12 ou tiveram menopausa tardia e, por isso, ficaram mais tempo expostas à ação do hormônio estrogênio também integram o grupo de risco e não devem se descuidar", alerta o oncologista Auro del Giglio, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Atualmente, muitos médicos incluem a obesidade nesse rol. Há quem preconize que emagrecer é um jeito de manter a ameaça do tumor distante.
"A gordura corporal é uma das maiores fontes de estrogênio. Esse hormônio, em excesso, tanto estimula o aparecimento de um câncer na mama como pode provocar o crescimento de um tumor preexistente", explica a SAÚDE! o médico inglês Gillian Barnett, da Universidade de Cambridge, que pesquisa a relação entre os quilos a mais e a doença. Cigarro e excesso de álcool também devem passar longe de mulheres que zelam por suas mamas.
Quando qualquer alteração é encontrada, torna-se fundamental discutir as possibilidades de intervenção com o médico. Alguns tipos de calcificação não devem preocupar. Outros precisam de acompanhamento semestral até se ter certeza de que não há nada de ruim por trás das partículas de cálcio aglomeradas. Quando o risco de ser encrenca é alto, alguns especialistas preferem tirar a lesão. Uma medida radical, a mastectomia profilática, consiste na retirada das mamas e na colocação de próteses - mas raramente alguém chega a algo tão extremo.
Quando os exames flagram de fato um câncer, não se deve perder tempo. "Enquanto o tumor tiver até 1 centímetro, a possibilidade de cura é enorme e os procedimentos, mais simples. Depois disso, a chance de sobrevida começa a diminuir, e a doença vai exigir tratamentos mais agressivos, como a quimioterapia", avisa Maira Caleffi. Examinar e investigar, portanto, são palavras de ordem para prevenir e, se for o caso, arrancar o mal do peito.

Opções para o futuro
Duas novas apostas para o diagnóstico são experimentadas nos Estados Unidos. A primeira é um aparelho chamado Z-Tech Scan. Cientistas do Medical College of Georgia já o testaram com sucesso em mulheres de 40 a 50 anos. O método consiste na colocação de eletrodos em volta de cada mama para obter a imagem. "Sua vantagem é dispensar a radiação e a compressão dos seios, que sempre gera reclamações", diz a SAÚDE! uma das pesquisadoras, Charlene Weathers. A outra técnica é o CT Scan, a popular tomografia computadorizada, que está sendo usada na Universidade da Califórnia para checar a saúde mamária. "Ela fornece imagens que possibilitam uma avaliação muito precisa, mesmo em casos de mama densa ou presença de calcificações", comenta John Boone, que acompanha os testes para medir a eficácia do tomógrafo na luta para prevenir a doença.

(Por Adriana Toledo
www.saude.abril.com.br)

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