Para você

inspirar-se e valorizar a sua vida

37 anos. CA de Mama em 2008. A CURA está dentro de mim.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Câncer da Hebe...



Incidência é de cinco casos em 100 mil pessoas, 10 vezes menos do que o câncer de mama. Para comparar, a neoplasia das mamas, calcula o Instituto Nacional do Câncer (Inca), tem média de 49,57 casos no mesmo universo de 100 mil habitantes, ou seja, quase dez vezes mais. Pelas informações divulgadas pelo Hospital Albert Einstein, onde Hebe começa as sessões de quimioterapia hoje, o tumor que acometeu a apresentadora teve início na própria membrana, é típico de pacientes femininos e tem chance de cura de 60%. Para o médico e diretor de cirurgia gastrodigestiva do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), Marcon Censoni, o fato de ter nascido primeiro no peritônio é o que torna o tipo de câncer que acometeu Hebe um caso bem raro. “No geral, a presença de câncer no peritônio indica que o tumor começou em outro local, normalmente ovário, intestino ou estômago, e se espalhou chegando até esta membrana que reveste os órgãos”, explica Censoni. No caso da apresentadora do SBT, afirmou em entrevista coletiva o grupo de médicos responsável pelo tratamento, ela é enquadrada na exceção. O problema de Hebe começou na cavidade e, justamente por isso, faltam informações clínicas sobre quais são os fatores de risco associados a esse tipo de doença. “O mais comum seria o câncer de ovário. E mesmo este tipo não aparece na lista dos 10 que mais acometem a população brasileira”, completou o especialista e membro do conselho científico da Associação Brasileira do Câncer (ABCâncer), Ricardo Caponero. Sendo assim, afirma o especialista, não há parâmetros sobre quais fatores de risco possam ter contribuído para o aparecimento da doença. “Não há um estudo epidemiológico porque para fazer pesquisa clínica seria muito difícil reunir 100 pacientes com o problema e mapear os fatores de risco”.

Poucos estudos
A raridade do câncer de Hebe também é medida pelo banco de dados da Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp). Consulta pelo iG feita nas tabelas disponíveis na internet mostra que a manifestação maligna do câncer de peritônio em mulheres apareceu só três vezes desde 2005 – informações em www.fosp.saude.sp.gov.br. Este banco é abastecido de registros hospitalares de 47 instituições paulistas que tratam de pacientes oncológicos. Hebe, por questões meramente preventivas, retirou em cirurgia realizada ontem o último ovário que tinha. A assessoria de imprensa do Einstein informou que ela, no passado, já havia retirado o órgão do aparelho reprodutivo mas não por nenhum tumor existente.
Por ser uma manifestação de câncer raríssima, os médicos não conseguem listar com precisão como preveni-la ou quais são os exames preventivos para este tipo de tumor. Entretanto, para quase todos os outros tipos de câncer – líderes em mortalidade – , a ciência já produziu sólidas evidências sobre medidas que garantem a detecção precoce da doença.

Fernanda Aranda, iG São Paulo 13/01/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário