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37 anos. CA de Mama em 2008. A CURA está dentro de mim.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Estilo de vida...


Os genes explicam apenas uma pequena proporção do câncer de mama, enquanto na maior parte das mulheres os fatores de risco ligados ao modo de vida permanecem predominantes, segundo especialistas. Tratamento hormonal para a menopausa, consumo exagerado de álcool, gravidez tardia, ausência de gravidez e obesidade fazem parte dos fatores de risco ligados ao modo de vida. O estudo divulgado nesta quarta-feira na revista médica The Lancet tinha como objetivo determinar se esses fatores interferiam em doze variações genéticas frequentemente associadas a um pequeno aumento do risco de desenvolver um câncer de mama. O estudo feito com 7.160 mulheres que tinham câncer de mama e 10.196 saudáveis, liderado por Ruth Travis, da Universidade de Oxford (Reino Unido), visava a estabelecer melhor as influências genéticas (de pequeno risco) e não-genéticas (causadas pelo modo de vida e outras particularidades, como por exemplo uma puberdade precoce). No final, o risco levemente maior de câncer de mama associado a essas doze variações genéticas não caiu e nem foi reforçado pelos fatores ligados ao modo de vida, como o tratamento hormonal substitutivo ou o nascimento tardio do primeiro filho, indicam os autores do estudo. Eles ressaltam, entretanto, que seu trabalho não inclui dois genes bem conhecidos, os BRCA1 e BRCA2, mais raros e verdadeiramente portadores de um alto risco de desenvolvimento de câncer de mama. "Os genes são considerados apenas em uma pequena proporção de cânceres de mama e, para a maior parte das mulheres, os principais fatores de risco continuam sendo aqueles ligados ao modo de vida (idade de gravidez, puberdade, tratamentos hormonais prolongados até a menopausa, obesidade, álcool...)", comenta o Dra Jane Green, co-autora do estudo. "A boa notícia é que alguns deles podem ser mudados, e mudando seus comportamentos, as mulheres podem modificar seu risco", acrescenta. "Infelizmente, os genes estudados não dão uma nova indicação", comenta Steven Narod (Canadá) a Lancet. "Novas abordagens são necessárias", acrescenta. As variações genéticas examinadas no estudo, chamadas "SNPs", correspondem à mudança de uma única letra (ou nucleotídeo) do DNA. Especialistas recentemente questionaram os desempenhos dessas ferramentas (SNPs) na previsão dos riscos de câncer.

AFP 02/06/2010


Meu comentário:

Sou portadora da mutação do BRCA2. Nunca usei drogas, não fumo, bebo... Usava anticoncepcional desde 25 anos e tinha uma vida extremamente estressante. Só havia tido gripe em toda a minha vida. Contudo, meu grau de insatisfação com tudo era enorme. Na verdade, nem tinha tempo, ou disposição para ficar refletindo nada. Perceber? Só queria dormir quando podia. Trabalhava muito. Acordava segunda e só ia pra casa na quarta, à noite, depois de trabalhar sem parar, dormindo algumas horas por noite. Na quinta, começava a sentir o meu cansaço. Sexta, quando todo mundo estava empolgado para o fim de semana, a gata aqui só pensava em ficar em casa. Tomava banhos, escovava os dentes, juntava os meus cabelos num rabo de cavalo, alimentava-me nos bandejões dos hospitais e mãos à obra! Enquanto isso, meu apartamento todo arrumadinho, cheirosinho, aconchegante ficava quase sempre vazio. Mal o frequentava. Queria malhar, correr, sair de plantão e ir para as baladas, mas não sentia vontade de nada. Só sabia que tinha que ser médica dos outros. E deixei-me ficar doente. Assim como o nosso organismo não percebe a multiplicação atípica e desorganizada de um tumor, eu, pessoa, não não percebi a tristeza em que eu me encontrava. Achava que era aquilo mesmo, que aquela era a hora de eu ralar bastante e que lá na frente, seria muito feliz. Não custava esperar. Estar mais ou menos era normal e aceitável. Depois que me curei, estou me esforçando para viver com cuidado. Isto significa PRESTAR ATENÇÃO EM MIM, PROFUNDAMENTE. Frequentar-me sempre. Estar em sintonia com os meus pensamentos, atitudes, comportamento, sentimentos. Ou seja, vigio se a minha cabeça pensa como o meu coração deseja. E vive-versa. E é difícil. Pelo menos, descobri que o direito de me sentir bem todos os dias da minha vida. Não quero nada para ontem ou amanhã. Planos? Tenho, mas realizá-los-ei se conseguir estar tranquila, em paz comigo hoje, fazendo o que eu acho que é apropriado, saudável para mim. E eu sou corpo, alma, mente, espírito. É muito trabalho! Quem já ficou gravemente enfermo na vida sabe que a gente se pega, em certa ocasião, investigando as razões para tal acontecimento. Sei que as razões para os caminhos dos filhos do Pai são misteriosas e só Ele sabe a resposta. Sou muito agradecida porque estou viva e feliz. Pra mim, a doença que tive foi uma junção de genética com muito, muito, muito stress. Serviu sim para ensinar-me muitas lições. Tornei-me melhor. Mais humana comigo mesma e com os outros.

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