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37 anos. CA de Mama em 2008. A CURA está dentro de mim.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Morte de Saramago...


Assustei quando soube de sua morte repentina (Deus Misericordioso foi muito bom com ele: teve uma noite tranquila, aí acordou e, enquanto tomava café ao lado de sua mulher, sentiu-se mal e logo após morreu). Mas li um comentário que resume meu sentimento por ele - depois de ler alguns de seus livros, assistir ao "Ensaio sobre a Cegueira" e sempre saber que ele, apesar de abençoado com o dom de escrever, ainda se declarava ateu para meu espanto (e, constato, de outras pessoas): "Agora, o Saramago deve ter encontrado sinais de que Deus existe, mas talvez já seja tarde demais" (Jornal O Popular, dia 22 de junho 2010). Ele era o escritor predileto do meu (querido) mastologista e eu resolvi presenteá-lo no Natal passado com "Caim". Difícil pra mim compreender que um homem tão inteligente, capaz de transformar mundos com a sua imaginação não acreditava em Deus. Repudiava a igreja. Como é possível uma pessoa assim escrever "Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro pra uns e será o último pra outros e que, pra grande maioria, é só um dia a mais", ou seja, aos 87 anos, gostava da vida. Queria viver e tirava o máximo desta arte. Ele tinha, sim, um coração - "se você tem um coração de ferro, bom proveito. O meu fizeram-no de carne e sangra todos os dias" - dado pelo Pai. Ao meu ver, infelizmente, recusava-se a aceitar que ele foi presente daquele que achava não existir. Pobre José Saramago.

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